Era
quase meio dia daquela manhã insossa, sem atrativos e morna. Tudo ia
"por água abaixo". Minhas convicções já não eram as mesmas. O sonho de comunidade estava vazio e sem vida.
Era mais uma manhã normal na vida de alguém que buscou tanto ser e viver comunidade. Achei que nada mais acontecerei.
Havia
errado tanto, decepcionado tanto, humanizado demais as coisas de Deus
que julguei inconscientemente que a Vontade Dele já não mais reinaria.
Num
dos quartos da casa a mulher brincava com seu filho ainda neném. No
outro quarto um desgastado rezava seu rotineiro terço. E nos demais
cômodos um silêncio mórbido... uma casa fria... mais um dia dia
horrível. E todos cansados porque "nada mais dava certo".
Era
um tempo de noite escura, manhã silenciosa, casa vazia e saudade
pululante. Não havia mais sentido "estar juntos". E, aquele "resto" já
não mais encontrava satisfação em "viver como irmãos". Triste mas, o
sonho havia acabado. E realmente acabou.
Mas
a semente deveria morrer senão a Obra nunca nasceria com
características Divinas. A Beatitudes estava "humana demais".
Justificada pela psicologia e pelas leis dos homens. E assim, deixou de
encarar as coisas de Deus como sendo coisas de Deus.
Paramos
de confessar. Paramos de comungar diariamente. Paramos de rezar juntos.
Paramos de partilhar nossa vida e então, começamos a morar longe um do
outro. E tudo isso era "normal". Amortecemos tanto a Vontade de Deus que
não víamos mais os claros sinais e os movimentos do Espírito. Deixamos
de viver os "imprevistos de Maria". Agora, tudo tinha que ter sentido e
hora marcada. Pedíamos sinais, mas era nosso coração que estava
empedernido, duro, frio e cego.
Deus
não escrevia certo por linhas tortas. Deus escrevia corretamente por
linhas mais claras e bem feitas. Os analfabetos éramos nós que não
interpretávamos Sua Vontade.
Mas, quem disse que nosso Deus é feito de ira? Quem disse que para Ele existem só um peso e só uma medida?
Eram
soldados feridos, mas não mortos. Eram carnes sangrando, mas não
faltava o pulmão da Graça. E tudo se refez. Foi quando entendi que "o nada é suficiente para Deus". Se Ele criou a vida a partir do nada, também poderia "reunir os cacos espalhados" para os lançar um pouco mais longe.
E assim se fez. Durante o Mistério Gozoso da "Perda e encontro do Menino Jesus no Templo" o "véu se rasgou" e eu entendi que minha missão era "não entender" e aceitar O Deus que se feriu na Cruz por mim em Fidelidade.
"Vê Silvinho: Eu renovo todas as coisas".
Eu tive que olhar como Nossa Senhora e acreditar que além das feridas,
da tristeza, do desencanto, das decepções e frustrações haviam VIDA e
VITÓRIA.
"Meu
Deus, como foi difícil Te entender. Como foi complicado acreditar em
Ti, Senhor, enquanto até meus irmãos se distanciaram de mim. Como foi
dolorido e penoso fazer os poucos membros da Beatitudes olharem para Ti
como olhares de encanto e de namoro. E não sei se consegui, Mestre.
Ainda falta muito mas, "to" tentando, Senhor. "To" tentando levar meu
pequeno rebanho até o fim. E "to" seguindo Tua ordem de despertar mais
fieis nesta terra. Ajuda-me, Mestre, pois minha única certeza é que
"quem segue sem entender entende o que é confiar".
Hoje,
dia 21 de novembro de 2010, o meu Carisma Beatitudes completa 4
aninhos. Um bebê da idade do meu filho. E, aos poucos, estou "sacando"
que uma criança não nasce pronta. Tão pouco um Carisma. E, para se
desenvolver, o carisma precisa ser amado, cuidado e servido. Como um pai
ama, se entrega e serve aos seu pequenino.
Obrigado, Jesus, por este carisma tão lindo e tão eficaz em minha vida. Valeu, Mestre.
Acesse: Rádio Beatitudes
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